CDC ou leasing

Hoje em dia no Brasil, está muito fácil comprar um automóvel, as taxas de juros são menores que as praticadas num passado recente e a maioria dos bancos oferece condições de parcelamento bastante atraentes. Alguns deles chegam a oferecer parcelamentos em até 84 vezes (inacreditáveis 7 anos!), sem exigir qualquer tipo de entrada. Essa aparente vantagem embute, no entanto, um gasto muito maior do que o valor real do carro, decorrente da cobrança de juros. Mas lembre-se: não deixe esta conta comprometer todo seu orçamento doméstico.
Públicos específicos

A grande maioria das montadoras e concessionárias em operação no Brasil têm políticas de venda específicas para frotistas, taxistas, setor público e portadores de necessidades especiais. Estas políticas vão desde descontos e benefícios fiscais à facilidade de pagamento. Se é o seu caso, informe-se diretamente nas concessionárias.
Para contrair um financiamento, você tem basicamente duas opções: adquiri-lo no banco aonde você é correntista ou diretamente na concessionária. A vantagem das concessionárias é que, na maioria dos casos, elas trabalham com diversos bancos e possuem uma ampla gama de possibilidades de financiamento.

São duas as principais categorias de financiamento para compra de um carro: o CDC (Crédito Direto ao Consumidor) e o Leasing (arrendamento mercantil).
O leasing é o mais utilizado por empresas que optam pela apuração de lucro real e não presumido. Isto porque o leasing de um veículo é incluído no balanço contábil como despesa, e não como ativo imobilizado. No caso das micro e pequenas empresas, principalmente as que optam pelo Super Simples, não está previsto este tipo de vantagem.
Além disso, a taxa de juros no Leasing será sempre menor do que a do CDC. Por exemplo: em um financiamento de R$ 28.000,00 em 60 vezes. Pelo leasing, as parcelas sairão por R$ 717,60, enquanto pelo CDC, o valor das mesmas sobe para R$ 745,34.
Entretanto, a desvantagem deste plano de financiamento é que o CRV (Recibo de Compra e Venda do Veículo), que é o documento que comprova quem é o proprietário do carro e que permite sua venda ou transferência, sai com o nome do banco financiador e não o seu. Em muitos casos, você sequer receberá este documento antes que o veículo seja totalmente quitado, receberá apenas o DUT (Documento Único de Transferência) em nome do banco financiador para poder circular.
O leasing ainda apresenta outra desvantagem: se você decidir por antecipar algumas parcelas do financiamento, os juros não recorrentes ao período antecipado não são eliminados. Já no CDC, os juros são excluídos das parcelas antecipadas, reduzindo seu valor.
Portanto, se você está pensando em parcelar a compra do seu carro, seja ele usado ou novo, a modalidade de financiamento mais indicada é o CDC. Fique atento a este detalhe.

Compra do carro: à vista ou parcelado

Em termos de investimento, é sempre melhor comprar qualquer produto à vista, assim você evita de pagar a mais por juros. Mas muitas vezes não dispomos do dinheiro necessário e somos obrigados a parcelar a compra. Neste caso, você tem duas opções: dar uma entrada e parcelar o restante da dívida ou parcelar a dívida inteira (sem entrada).
A mesma lógica de investimento acima descrita vale para esta situação: quanto menor for a quantia a parcelar, melhor será para o seu bolso.
Vejamos no exemplo abaixo:
* Valor do carro à vista: R$ 40.000,00
* Plano de parcelamento
- Entrada: R$ 20.000,00
- Dívida remanescente: R$ 20.000,00
- Nº de parcelas: 60
- Taxa de juros: 1,39 ao mês
- Valor das parcelas: R$ 521,13
* Valor total do carro parcelado: R$ 51.267,80
* Aumento do valor da dívida decorrente do parcelamento: R$ 11.267,80 (28%)