sábado, 4 de dezembro de 2010

Alimentando o crescimento

Com objetivo de fomentar a criação de entidades empresariais que congreguem as empresas na América Latina, a LatinCob caminha rumo ao fortalecimento de sua representatividade no continente


Em 2004, durante o 2º Congresso Latino-americano de Crédito e Cobrança que aconteceu no México, nasceu a idéia de congregar os interesses da indústria latino-americana de crédito e cobrança, a exemplo da ACA (The Association of Credit and Collection Professionals), organização norte-americana que congrega as empresas dos Estados Unidos e possui uma área internacional que tem como associadas empresas de vários países do mundo.

Por intermédio das reuniões da ACA, que acontecem anualmente, empresários e executivos da América Latina acabaram por intercambiar idéias, trocando experiências e verificando a necessidade da criação de uma entidade similar para os países latino-americanos. Assim, nasceu a LatinCob (Associação Latino-americana de Empresas de Cobrança), com objetivo de trocar experiências e fomentar o crescimento do setor de cobrança na região.

Para falar sobre a evolução da entidade e suas perspectivas, recebemos Adilson Sil Melhado, que assumiu a presidência da LatinCob, em 2007, com a missão de fazer com que todos os países da América Latina criem suas associações de cobrança.

ClienteSA: Como se deu o surgimento da LatinCob?
Melhado: A Way Back é membro fundador da associação, que começou as atividades em 2005, seguindo o exemplo de outras associações internacionais desse segmento. Há cerca de um ano e meio, decidimos mudar o modelo do LatinCob e nos espelhamos na Fenca, que é uma associação européia das associações nacionais de empresas de cobranças, ou seja, a Fenca se relaciona diretamente com associações de cada País. Este é o modelo que adotamos, assim o LatinCob se relaciona diretamente com associações e não com associados.

ClienteSA: E tem alcançado o objetivo?
Melhado: Nosso maior objetivo é fomentar a criação dessas associações na América Latina. O Brasil conta hoje com o Geoc (Instituto de Gestão de Excelência Operacional em Cobrança) e países como Argentina, Colômbia e México já têm suas próprias associações. Prevemos para este ano a inauguração de quatro associações: sendo Equador, Peru, Chile e Venezuela. Além disso, estamos tentando criar uma associação que agrega os países do Caribe, que são pequenos, mas que têm representatividade nesse segmento.

ClienteSA: Qual a importância de congregar essas associações?
Melhado: Fazendo isso, nos sentiremos mais organizados para o trato com as empresas locais. O LatinCob já tem 85 empresas associadas e a idéia é que, cada vez mais, as associações se organizem, compartilhem experiências e cresçam naturalmente, fortalecendo a atividade na AL.

ClienteSA: O caminho é longo?
Melhado: Com a visão que tenho do mercado americano, europeu e latino-americano, fica claro que temos muito a desenvolver, principalmente em termos de capacitação das empresas. Falta um pouco de profissionalização no setor, se comparado às empresas americanas e européias. Mas, em termos de países da América Latina, percebemos alguns que se destacam, como Chile e Brasil. Sinto falta, no Brasil, de uma participação maior das empresas na parte de legislação. Em outras palavras, não temos muita influência na regulamentação desse mercado, mas, por meio do Geoc, temos fortalecido a indústria, estimulando-a a participar da regulamentação do setor.

ClienteSA: Como está o estágio atual do setor nesses países?
Melhado: Na América Latina, os países com maior representatividade são México e Brasil. Evidentemente, isso se deve ao tamanho da população e até por apresentarem um desenvolvimento mais avançado. Na seqüência, temos Argentina, Colômbia e Chile. Isso em termos de grandeza. Em profissionalização temos o Brasil em primeiro lugar, seguido por México, Colômbia e Chile. No Caribe e América Central, até pelo tamanho dos países, as empresas são de menor porte, mas também se desenvolvem e crescem. Na América do Sul, temos o Peru, Equador e Venezuela que se destacam, porém, são mercados pequenos. O Brasil tem uma cultura de cobrança que vem se desenvolvendo muito nos últimos anos, e com isso, ganhamos destaque no nosso continente.

ClienteSA: Como é sua gestão no LatinCob?
Melhado: Assumi a presidência do LatinCob no ano passado e minha principal missão é fazer com que todos os países que compõem a América Latina tenham suas associações nacionais. Outro objetivo, que estamos começando a desenvolver, é o intercâmbio entre esses países. No Brasil, estamos montando uma programação para receber gerentes e gestores da área de cobrança e que compõem a associação. Esse processo começa no Brasil e temos um grande orgulho em receber essas delegações.

E quero destacar também a participação do LatinCob em alguns eventos que ocorrem na América Latina. Vamos participar de um evento da ACA em julho, em Miami. Em outubro, temos o 5º Congresso Latino-Americano de Crédito e Cobrança, que igualmente terá Miami como sede. Aqui, no Brasil, temos dois importantes eventos que apoiaremos. Um deles é o 2º Congresso ClienteSA de Crédito e Cobrança, que será realizado em junho, e que, acreditamos, será um evento com conteúdo para que o público realmente saia com conhecimento. O outro acontece no segundo semestre, e será realizado pela SMS em parceria com o Geoc e a Serasa.

ClienteSA: Como o Geoc pode ajudar nessa missão?
Melhado: O Geoc serve como referência para os países da América Latina criarem associações no mesmo formato do instituto, que são as frentes de trabalho onde as empresas compartilham as experiências, buscando sempre a excelência nos serviços. É importante ressaltar que, nesse momento, acontece à concretização de dois anos de trabalho em relação ao selo de qualidade que foi desenvolvido junto com a FGV e agora estamos na fase de conclusão, onde as empresas fundadoras receberão o selo, o que, para nós, é um marco. O Geoc agrega 13 empresas de cobrança. Nosso objetivo é ter a presença de outras para que a indústria cresça e a profissionalização vá adiante. Esse é o objetivo: buscar a excelência das empresas.

Fonte
[11/6/2008 - 17:04]
Revista ClienteSA - Edição nº 71 - Ano 7 - Maio/2008

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