terça-feira, 8 de março de 2011

Na previsão mais modesta para 2011, crédito para pessoa física com recursos livres deve crescer 15% e atingir R$ 600 bilhões.


O crédito encerrou 2010 no patamar mais alto da história, em 47% do PIB e expansão de 20% em relação ao ano de 2009. Além da recuperação da demanda, as condições dos empréstimos são cada vez melhores para as famílias. A taxa de juros para pessoas físicas atingiu em novembro o menor valor da história, 39,1% ao ano. 

Os prazos dos empréstimos ao consumo também são os mais dilatados da série do Banco Central (BC), 551 dias. Puxado pelo aumento da renda, a inadimplência continua caindo. Chegou no mês passado em 5,9%, menor valor desde 2001.

Já em 2011, o crédito bancário deve desacelerar, e crescer a uma taxa de 15%. Dos vários setores beneficiados pela expansão econômica do Brasil, que este ano deve bater em 7,5% considerando-se a evolução do PIB, o mercado de crédito é com certeza um dos mais vibrantes. O comércio e o setor de cartão de crédito estão entre os mais beneficiados com o aquecimento econômico, junto com o setor de crédito e cobrança, que também se destaca. A Associação das Empresas de Crédito e Financiamento (ACREFI) aponta um crescimento de 19,2% no volume de crédito oferecido até agosto deste ano. A inadimplência de pessoa física está estável em 6,2% e o crédito consignado chegou a R$ 129,7 bilhões, apontando crescimento de 31,8%.

A Associação Nacional das Empresas de Recuperação de Crédito (Aserc) estima que o mercado de recuperação de crédito movimente R$ 8 bilhões por ano no Brasil. São mais de 15 mil empresas de cobrança, que prestam serviços aos bancos e financeiras, e empregam 300 mil pessoas. Em geral, o primeiro contato com o devedor é feito por telefone, quando se pode fazer uma proposta de renegociação do empréstimo. Caso o contato telefônico não tenha efeito, a empresa ou banco enviam os funcionários de cobrança diretamente na casa do tomador de recursos. O último caso é acionar a Justiça para cobrança.

O BC também não demonstra preocupação com a inadimplência para o decorrer de 2011. Segundo o Bacen, o comprometimento da renda das famílias com o serviço da dívida se mantém relativamente estável nos últimos anos, apesar da expansão do mercado do crédito. Essa estabilidade se deve ao alargamento dos prazo, à redução dos juros e à mudança na composição das dívidas, com migração para modalidades mais baratas.

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